Mas afinal, o que é fluência?

Muitas escolas de idiomas têm feito propagandas jurando de pés juntos que seus alunos terminam o curso atingindo a fluência na língua estrangeira.  Mas será mesmo que os profissionais que trabalham para que isso aconteça sabem o que ralmente significa ser fluente em uma língua? Muitos acham que é algo relacionado com o sotaque, outros acreditam tem a ver com pensar (ou não) diretamente na língua alvo, ou seja, os alunos  não devem (ou devem) raciocinar na sua língua materna.

Todos nós, nascidos e criados no Brasil, temos a língua portuguesa como idioma materno. Somos nativos e, portanto, fluentes na língua e são muitos os fatores que compravam esse status e um deles é nosso range lexical. A sociolinguística estuda um caso chamado Comunidade de Fala, isto é, um grupo que pode ser facilmente reconhecido através das características linguísticas. No nosso caso, compartilhamos de características linguísticas com 100% da população, por isso somos nativos e fluentes em português, porque nossa Comunidade de Fala é obviamente reconhecida através de nossa língua. O tempo de racicínio pode até ser um fator que corrobora com a fluência ou não de uma pessoa, mas não é primordial. Tempo de raciocínio demonstra a articulação de uma pessoa, talvez você tenha um aluno menos articulado e demore para concluir sua fala e acredito que nenhum professor irá questionar a fluência dele na língua portuguesa.

O que os professores de língua estrangeira precisam fazer para estimular a fluência é desenvolver atividades que fazem seus alunos falarem, se expressarem no idioma alvo. Exercícios que aprimorem o domínio de estrutura sintática, que exponham os alunos a vocabulários atuais, registros, toda a parte técnica e subjetiva da língua precisa ser trabalhada no aluno. A leitura pode enriquecer o vocabulário de seus alunos, mas a leitura silenciosa, atividades orais controladas aprimoram parte sintática e atividades de role plays ajudam os alunos a entenderem como se expressar e variadas situações. A pronúncia deve ser a cereja do bolo nas salas de aula. Além disso, muitos idiomas têm rítmos diferentes de fala. Ou seja, os responsáveis pelo ensino de língua estrangeira devem prestar atenção nos pitches das frases pois elas podem ter função semântica.

A pronúncia é, sim, muito importante em uma língua. Ela expressa um grupo, uma identidade social e os alunos devem ter acesso à essa característica linguística também, quando estiverem no processo da aquisição desse segundo idioma dentro de sala. O que se precisa conscientizar é que a pronúncia não é fator determinante para se definir a fluência ou não de um aluno, mas ela representauma peça importante do quebra-cabeça.

Infográficos: nova tendência pra aulas de inglês tecnológicas

Muitos professores dizem que adorariam utilizar recursos tecnológicos dentro de sala de aula, mas como fazer isso em uma aula de inglês? Afinal, os alunos precisam, de maneira geral, de atividades que os façam falar. Um recurso muito legal para se desenvolver atividades é a criação de infográficos.

Infográficos são dados quantitativos apresentados de maneira muito lúdica através de gráficos animados, cartoons, GIFs, vídeos. Diferentemente de uma apresentação completa em PowerPoint, o infográfico é curto e compacta as informações, se tornando uma ferramenta muito interessante para os alunos apresentarem suas pesquisas no idioma alvo. A criação de um infográfico fará com que os alunos decidam exatamente que tipo de informações são relevantes e importantes, como deixar o trabalho com um aspecto interessante para aqueles que forem ter contato com o infográfico, isto é, tem que ser visualmente atrativo. Assim, essa atividade acaba atingindo aqueles alunos com perfil visual em combinação com mais duas habilidades linguísticas: a audição e a leitura.

E onde entra a fala nessa atividade? Vamos lá. O professor pode fazer uso do tema escolhido e sugerir a pesquisa por parte do alunos. Em uma forma de blended learning, essa atividade pode ter inúmeros temas: geografia, história, matemática, ciências, etc, deixando a realização do trabalho mais divertida tanto pros alunos quanto aos professores, pois ao final eles terão de apresentar os dados do infográfico para a turma e, em seguida, numa escala maior, o mesmo trabalho pode ser reapresentado para um público maior em uma feira de ciências, por exemplo, sempre no idioma alvo. Será que conseguimos atingis as quatro habilidades linguísticas com essa atividade? Vamos conferir. Aqueles alunos que irão apresentar os dados do infográfico (no idioma alvo) irão ter uma performance oral, automaticamente os que irão assistir à pesquisa irão ouvir. Além de ouvir, os alunos terão contato com textos e irão ler em certo ponto e, claro, escrita deverá acontecer por parte dos pesquisadores. Bingo!

Alguém poderia, ao final deste artigo, me perguntar sobre a tecnologia. Bom, para criação de um infográfico os alunos precisam de um template e pode ser achado gratuitamente e então diversos recursos entrarão em jogo:  uso de PowerPoint, Photoshop, YouTube, Google Images, câmeras de smartphones e tablets, enfim, tudo isso estará a disposição dos alunos e do professor para orientá-los. A tecnologia está ao nosso alcance e não precisamos de um aparelho do Homem de Ferro ultra moderno para ajudar nossos alunos com aquisição de língua estrangeira.