Minhas Férias

“Minhas férias”, esse é o mais famoso título de redação ou tema de primeiro dia de aula das escolas e também o que mais sofre com piadinhas. O fato é que esse tão controverso tema carrega consigo infinitas possibilidades e, talvez, os professores estejam utilizando esse assunto de um jeito mais tradicional. No entanto, existem algumas maneiras de se trabalhar as férias de um modo que esteja totalmente dentro do contexto dos alunos e do mundo, com apps e um pouco de trabalho na hora de realizar o lesson plan.

É claro que o material didático (MD) oferece recursos visuais interessantes para que o tema férias seja explorado. Ilustrações, fotos, figuras ao dispor do professor, mas… num mundo em que os alunos dão um baile no quesito uso da internet, aplicativos e equipamentos em geral, seria interessante o professor ir além do MD. Um ótimo warm-up seria utilizar, por exemplo, algumas figuras que o MD oferece. Supondo que as figuras sejam de locais famosos, escreva alguns cartões com os nomes dos locais. Por exemplo, se a figura mostra o Pão de Açúcar, escreva no cartão “Rio de Janeiro” e distribua aos alunos. A ideia por trás de toda aula de língua, seja ela nativa ou estrangeira, é fazer os alunos produzirem pois, como já falamos em outro artigo, através do uso da língua que os professores terão dados para ajustar a linguagem da turma. O grande objetivo desse aquecimento é fazer com que os alunos se conheçam, pensando que o ano letivo tenha acabado de se iniciar e alunos novos estão na sala, através da comunicação, ou seja, perguntando “are you_?”, “do you have_?” e se desenrole em “what’s your name?”, etc.

Toda essa atividade pode ser feita em, no máximo, 5 minutos e o professor ainda ganha tempo na divisão dos pares para a fase de drilling, que é o momento em que se apresenta o novo conteúdo. Pensando nas férias, o simple past tem, praticamente, um viés enraizado, afinal os alunos precisam desse tempo verbal para comunicarem quais foram suas atividades durante o período de descanso. O material didático apresenta, sim, recursos que podem ser utilizados pelo professor para apresentar o tempo passado da língua inglesa. Lembram-se dos 3 Ps? Pois então, o practice acontece através da exploração da ilustração do MD que possa conter um roteiro de viagem e as perguntas podem ser realizadas pelo professor, ou seja, serão usadas as perguntas que o MD propõe mais outras que o professor irá realizar para as duplas, sempre utilizando o idioma alvo, “forçando” os alunos a produzirem. Vale ressaltar que, embora cada dupla receba uma pergunta específica, nada os impede de trocar informações desde que seja feita no idioma alvo e quanto mais os alunos falarem, maior o corpus que o professor poderá criar para trabalhar.

Das habilidades linguísticas, 3 serão exploradas: leitura do roteiro, fala para comunicação aluno/aluno e aluno/professor e audição que é recorrente da comunicação. A tão esperada atividade final, que coloca os alunos em contato com o que aprednderam na aula de forma mais livre (performance) pode ser realizada com algo que os alunos da atualidade mais adoram, apps. Temos duas opções: sincronizar essa atividade com um estudo do meio (geralmente não acontecem no começo do ano letivo) ou utilizar os locais destacados que ficam nos arredores da escola. Sem mais delongas, “Field Trip”! Esse aplicativo desenvolvido pelo Google oferece sugestõs de locais a serem visitados dentro do raio da sua localização e conta com fotos e explicações em inglês sobre a importância do lugar. Caso pelo menos um dos alunos dos pares separados no início tenha um smartphone ou a escola ofereça tablets, é só baixar o app Field Trip e pedir que os alunos escolham seu roteiro de viagem. Assim que eles terminarem de ler e escolher os locais da viagem, eles apresentam pra turma tudo o que aprenderam de interessante com o app.

O processo de aquisição de línguagem se desenvolve pela combinação da interação social e da utilização da cognição para o entendimento da língua que está sendo falada. Adicione à isso um plano de aula bem esquematizado e uma pitada de recurso tecnológico (que já faz parte do nosso cotidiano) e os alunos irão realmente viajar – no bom sentido – quando tiverem que discutir sobre o famoso tema “minhas férias”.

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