Posts

O Que Nossas Provas Provam?

Infelizmente, nosso país tem uma veneração cega pelas notas que os alunos tiram nas provas. As provas acabam sendo a única métrica responsável por informar se o aluno aprendeu ou não uma determinada matérias escolar. Só que no caso de ensino de línguas, temos um processo aquisitivo que explora diversas habilidades linguísticas dos alunos e, portanto, as atividades que colocamos no papel podem não ser a melhor maneira de se medir o status da aquisição.

Primeiramente precisamos nos lembrar de que a língua, seja ela materna ou estrangeira, é aprendida para fins comunicativos, isto é, para ser falada. Quer você tenha uma percepção gerativista ou interacionista do desenvolvimento de fala, um consenso deve ser a de que línguas são adquiridas para serem produzidas e não para ficarem sufocadas no interior do cérebro ou limitadas a leitura ou escrita de textos. Afinal de contas, aprendemos a falar muito antes do que aprendemos a ler e escrever. Mais ainda, quando aprendemos a escrever, não utilizamos a escrita para ficar escrevendo frases mecanizadas ou completando sentenças com léxicos que foram deletados. Porém, é exatamente esse tipo de coisa que é exigido dos alunos quando eles têm prova, como se aquela atividade fosse favorecer ou otimizar o processo de aquisição de língua estrangeira dos nossos “anjinhos”. Vamos tentar entender, analisando o exemplo de atividades que são comuns nas provas de língua inglesa nas escolas brasileiras.

(1) Complete the sentences with comparatives or superlatives

“My father is ___ my sister. (tall)”

(2) Use negative to correct false sentences

“A giraffe has a long nose – A giraffe doesn’t have a long nose”

Primeira consideração a ser feita é que a língua não funciona de forma tão mecanizada. Se o objetivo é atingir um desempenho alto na oralidade, esses tipos de atividades não têm eficácia alguma, nem mesmo usando o argumento de que alunos vão aprender as regras esse tipo de atividade ajuda. Os alunos vão responder as perguntas de forma mecanizada, como se fossem papagaios da escrita, isto é, eles vão perceber que existe um padrão – em (1) eles tem que colocar taller ou more + adjetivo + than e em (2) passar as frases falsas para a negativa usando o auxiliar em 3a. pessoa do singular – e nas outras frases, o foco vai sair do “como fazer isso nessa língua” e se tornar algo do tipo “só preciso fazer isso em todas as frases”. Essa automatização não faz com que os alunos aprendam a língua.

A segunda consideração sobre esses tipos de atividades é a falta de contextualização com o que nossos alunos estão expostos todo dia. A contextualização é o que vai fazer com que nossos alunos fiquem engajados e, além disso, essa proximidade com que eles estão acostumados a fazer fora da sala de aula facilita o relacionamento entre a língua estrangeira e o conceito – já aprendido na língua materna. Por exemplo, as atividades (1) e (2) são escritas, mas em nenhuma situação comunicativa os alunos vão se deparar com situações reais do cotidiano em que eles precisem completar uma frase em língua estrangeira ou ficar simplesmente modificando frases afirmativas para negativas em sequência. Escrita no mundo real envolve escrever uma mensagem no celular pra alguém, postar algo nas redes sociais, enviar um email, conversar com alguém via mensagem instantânea, etc. Nenhuma dessas opções tem absolutamente qualquer relação com as atividades costumeiramente encontradas nas provas de língua inglesa e então você pode retrucar dizendo “na vida real meus alunos não ficam escrevendo redações e isso é um jeito de analisar o conhecimento da língua através da escrita”. Perfeito! Então faça-os escrever uma redação pra avaliar até onde os alunos adquiriram conhecimento linguístico durante as aulas e também para deixar a avaliação mais contextualizada.

Portanto, já que estamos num país em que a prova é o objetivo mais valioso nas escolas, temos o dever de oferecer atividades que estejam de acordo com as habilidades linguísticas usadas na comunicação. Em vez de pedir que os alunos completem uma frase – sendo que eles podem até trapacear sem ninguém ver e vai dar a impressão de que ele aprendeu – peça pra que eles criem um panfleto relacionado a um evento que a escola vai oferecer. Ofereça algo relevante em que a língua seja uma ferramenta de comunicação e você consegue engajá-los e avaliar o quanto eles aprenderam.

A GPS For The Scavenger Hunt

I am pretty sure that all teachers, and I am one of them, have already used bi-dimensional maps whether they were those fold-up maps, illustrations that were in  textbooks or even a simple map drawing on the board. But, imagine the reaction of a student whose daily routine is all about iPads, Playstations and smartphones. Such map would be really boring to this kid.

That’s exactly when someone might say “map apps are also bi-dimensional. How can they be so different from what has been done in the classroom?”. Well,  many maps nowadays are 3-D which means that teaching directions and even some expressions that are very useful for those who travel often or those who don’t want to get lost when looking for a place or address. As a drilling activity the teacher can design a game in which the classroom becomes a neighborhood and then students are separated in groups. Each group  can be a car, given that every car would have 4 people, then there would be around 10 cars on the “street”. In case there is and odd number of  students, there can also be pedestrians and bikers. The teacher can be a traffic guard controlling the “traffic” so that students respect the rules (all communication must be made in the target language). When students do something other than what they were asked to, the teacher corrects them using the appropriate technique granting the “traffic” flow.

I know I have mentioned Michael Tomasello and his study on language acquisition through its use before. This means that interaction takes an important role in the acquisition process of sintax, phonetics, semantics and pragmatics whereas the brain then has the responsibility of decoding  all these features, thinking, in other words, to produce sppech in an organized manner. I wonder if the proposed activity is aligned with Tomasello’s proposal. Let’s find out. The interaction between student and teacher happens naturally and the fact this is a group activity the Zone of Proximal Development takes place and students can assess one another and communication in the target language (maybe with very few words in Portuguese) stimulates cognition in the acquisition process. Mission accomplished! But what about the map? And what is so techie about it? At the end of the lesson plan there may be a performance activity, when students fly freely, without interference from teachers. Considering a class of Primary school, or maybe the first grades of Secondary, the teacher can suggest a scavenger hunt. The plus here is tat the teacher can hand out GPS devices and set them to English language so that students find their treasure by listening to the directions given by the device.

Almost everyone has seen and used a GPS device. Stepping into a classroom with an activity that requires old fold-up maps is nonsense in a context and reality where students use smartphones and tablets. Doing it so might demotivate students and they are not going to be as engaged as you wanted them to, resulting in a poor performance. Once motivation is zero, then the whole process is disabled. But that is an issue for another post.