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O Casamento entre o Vestibular e a Proficiência em Língua Estrangeira

As últimas décadas do Ensino Médio brasileiro têm sido dedicadas à preparação de seus alunos para o ingresso nas universidades. As públicas, costumeiramente ditas como as melhores, são as mais concorridas e, portanto, requer um esforço maior dos alunos além de contarem com os processos seletivos mais difíceis. Mas, será que o ensino de língua estrangeira deve ser limitado a ajudar os alunos a rersponderem as questões de vestibular corretamente para que pontos importantes não sejam disperdiçados?

Assim que o aluno entra em uma universidade, claro depois de curtir muito o momento, ele começa a pensar no mercado de trabalho – procurando estágio, fazendo cursos extras, etc. Porém, o que se é esquecido é que as empresas exigem alto nível de conhecimento em língua estrangeira e então o aluno precisa correr atrás do tempo perdido, procurando pelas escolas de idiomas. Os mais dedicados conseguem terminar o curso, ficam capacitados e atingem um ótimo nível de proficiência. No entanto, o processo é complicado pois há muitas escolas de idiomas cujo interesse é o lucro e não necessariamente excelência no ensino. Um outro fator complicador é a forma engessada com que as metodologias de algumas dessas escolas são oferecidas e esse é um fator que deveria contar a favor das escolas regulares pois nelas os professores têm mais liberdade para desenvolverem as atividades, atingindo diferentes perfis de alunos, tanto cognitivos quanto comportamentais.

A grande questão é: será que as escolas regulares estão dispostas a dar uma guinada nesse paradigma e oferecerem um ensino de língua estrangeira para que os alunos atinjam um nível bom ao final do Ensino Médio? Automaticamente eles estarão prontos para as questões do vestibular também. Para um ensino de língua estrangeira ser bem eficiente, entre outros fatores, está a presença de atividades de leitura. A grande maioria dos exames de vestibular contam com questões de interpretação e é bem possível integraresse tipo de atividade com a característica comunicativa que a aquisição de linguagem possui. A leitura pode servir como plano de fundo para uma atividade mais interativa e dinâmica em que os alunos podem debater pontos de vista, realizar apresentações para expressarem suas versões da leitura, tudo feito com a utilização do idioma alvo. Ou seja, das quatro habilidades, três são trabalhadas (reading, speaking, listening), sendo que, para o caso dos vestibulares, a leitura, em conjunto com a interpretação, estarão presentes nas aulas.

Com muitas escolas se auto promovendo, alegando a formação completa de seus alunos, seria muito legal que a língua estrangeira também fizesse parte desse processo para que o aluno não precise esperar arrumar um emprego para então a empresa exigir conhecimento de um segundo idioma, culminando com a procura por outros meios de ensino de língua estrangeira.